segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Tempo Perdido

(canção de Legião Urbana)
Todos os dias quando acordoNão tenho maisO tempo que passouMas tenho muito tempoTemos todo o tempo do mundo
Todos os diasAntes de dormirLembro e esqueçoComo foi o diaSempre em frenteNão temos tempo a perder
Nosso suor sagradoÉ bem mais beloQue esse sangue amargoE tão sérioE selvagem! Selvagem!Selvagem!
Veja o solDessa manhã tão cinzaA tempestade que chegaÉ da cor dos teus olhosCastanhos
Então me abraça forteE diz mais uma vezQue já estamosDistantes de tudoTemos nosso próprio tempoTemos nosso próprio tempoTemos nosso próprio tempo
Não tenho medo do escuroMas deixe as luzesAcesas agoraO que foi escondidoÉ o que se escondeuE o que foi prometidoNinguém prometeuNem foi tempo perdidoSomos tão jovens
Tão jovens! Tão jovens!
Fonte: LyricFind
Compositores: Renato Junior Manfredini
Letras de Tempo Perdido © Sony/ATV Music Publishing LLC
https://youtu.be/zpzoG5KGaHg?si=QsrCGO70vA45svmq

domingo, 9 de abril de 2023

Memórias.

Há alguns anos escrevi um texto "engraçado", na versão anterior deste blog.
Um texto de título "A regra de Chain"
Depois disso Eu li alguns comentários bem engraçados e outros bem estúpidos. 

A verdade é que em toda a minha vida, sempre que contei certas histórias, houve interesse em silenciá-las. Ou melhor ainda, que a minha versão da história não saísse.

Bem, eu registo e guardo imensa coisa (alguns ex-colegas já viram/testemunharam e perceberam).
Até os meus erros, pois permitem-me refazer alguns caminhos.
Bem, no ano lectivo 1996/1997 eu estava no segundo ano da minha licenciatura em Matemática. Os meus colegas de curso que ainda tiverem o caderno de Análise Matemática IV poderão confirmar parte do que eu contei ali. A outra parte, bem, ou acreditam em mim, ou descobrem quem foram os outros envolvidos e eles devem confirmar, sem conversar comigo.

Há muitas formas de insultar uma pessoa, sabem?
Suponham que durante toda uma vida lutaram por uma coisa. Não se iriam lembrar de algo com aquela gravidade?
Cresçam se fazem favor. Se a história é incómoda, não a abafem, não a ocultem, não façam de conta que não é verdade.

Façam é por não repetir episódios desta natureza.

Depois de ter acabado o curso ainda tive de ouvir o chefe de departamento num belo discurso a proibir-nos de falar sobre o que correu mal (...) 

Foi um daqueles discursos que me caiu mesmo mal, e me fez começar a cultivar a distância de algumas pessoas e alguns meios.

Vão por em questão a minha palavra?

Hoje em dia, eu registo tudo. E para o azar de muito idiota... já o fazia antes de ter tido acesso pela primeira vez à Internet.

Hoje é dia de Páscoa.
Há 1990 anos não estava vivo, e portanto não testemunhei a ressurreição de Jesus Cristo.
Mas em 1997 vi uma "regra de Chain", um "cosseno sem ponto fixo" e muitas outras coisas que eu seria bem mais feliz não tendo visto.

Boas Páscoas

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Cartões vermelhos...

Estou de volta, depois de alguns meses "de férias".
A cada dia que passa estamos mais próximos do dia em que "passaremos desta para melhor". 
Eu não tenho o hábito de me justificar, é algo que fui perdendo ao longo dos anos.

Uma vez que não sou burro nem um perfeito idiota, algumas pessoas deviam mesmo interrogar-se porque tomei certas decisões.
Não vão obter resposta. Mas deviam pensar nisso.

Lá pelo Natal, abri o Facebook. Apareceu-me uma mensagem que... me recordou de algo.
"Este gajo sequer se lembra que eu existo?"
E bloqueei o tipo. Atenção, eu tenho bons motivos para não ter interesse em ter esse senhor na minha vida.
Algumas pessoas bloquearam-me sem uma única justificação.
(Não vale a pena perguntar como é que eu sei)
E depois desse, "limpei" mais uma dúzia que na verdade não faz falta nenhuma.
Alguns já deviam estar bloqueados desde que o Facebook nasceu.

Não, não bloqueio pessoas por "ninharias".
Bloqueio porque perdi mesmo o interesse em ter essas pessoas na minha vida.

Não é por um idiota negar um acontecimento que ele deixa de ter acontecido,
Quem diz um idiota diz uma multidão.
Dei-me ao trabalho de passar a registar episódios que eu preferia esquecer, mas, não podem ser esquecidos.
Não aponto o dedo sem certezas, sem registos.
Quem nega um acontecimento é pior do que um mentiroso.
É alguém que perdeu o direito a fazer parte da minha vida.

As pessoas falam, espalham boatos e mentiras.
Ás vezes ouço algumas, com as pessoas a ignorar que eu assisti à história que me contam.
Não as corrijo. Deixo-as "enterrarem-se".
Depois, dependendo do quanto se enterraram, ajo em conformidade

  • Porque abandonei a Universidade da Madeira? (Não ponho os pés no edifício da Penteada desde 2004...E só voltei ao colégio dos Jesuitas para assistir a duas teses, uma de doutoramento e outra de agregação)
  • Porque abandonei o mestrado na fcul em 2008? [O período 2006-08 mudou e muito a minha opinião sobre aquela casa] 
  • Porque abandonei o projecto "Gavela de Saberes" na casa do Povo da Camacha? (Se algumas pessoas tivessem noção que eu ali recebia abaixo do salário mínimo para trabalho "exclusivo", mordiam a língua... e não, não foi motivo único)
  • ...
Há muito "boa gente", "defensora da moral e dos bons costumes" que se calhar, devia ser desmascarada. Ou será que as pessoas sabem e fingem-se cegas?
Eu já algumas vezes tentei expor algumas pessoas. Tentaram fazer-me passar por maluco ou mentiroso.
Não, eu não sou maluco nem mentiroso, nem continuo em meios onde sou prejudicado e querem à força que eu engula sapos para que algum incompetente fique bem visto...

Vivo é num mundo com muita "gente de merda", que é verdade, não se perde nada se for "bloqueada".


Boas Páscoas!

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Resultado correcto, resolução errada?

De vez em quando acontece chegar-me um aluno com um resultado "caído do ceu", ou que com raciocínios errados, chegou ao resultado correcto. Portanto, faço sempre questão de explicar o porquê das coisas, e que me expliquem o que andaram a fazer.

De vez em quando aparecem-me alunos com resoluções correctas classificadas como erradas. O raciocinio do aluno não foi percebido pelo colega que classificou o teste, e porque o aluno também não se deu ao trabalho de o expor claramente.
Também já vi "essa resolucão esta diferente da minha, logo so pode estar errada, isso de dar o mesmo resultado é só por coincidencia".
Em Matemática, raramente existem resoluções únicas. Por não terem ocorrido outras, não significa que não existam (a menos que se consiga de alguma forma provar que não existam outras).
Se uma resolução está errada, ha que encontrar e justificar o erro, ou o aluno arrisca-se a repetir.


E quando um aluno usou uma resolução minha, que eu sei que está correcta e foi classificado de errado?
A primeira coisa que faço é ver o que se passou. Se o aluno usou a resolução exactamente como a apresentei (por exemplo em problemas de probabilidades, variáveis aleatórias mal identificadas dão origem a este tipo de confusão), ou se mecanizou um método em vez de perceber um raciocínio. 
Se usou uma resolução 100% minha (se eu a dei, tenho a certeza que está correcta, tal  como, quando sei que me engano, sou o primeiro a corrigire numa aula foi marcada como mal, sem identificar correctamente o erro, bem, eu tenho a filosofia "quem dá a nota manda", mas não significa que eu esteja errado.
O que fica para mim claro é que o professor não percebeu ou não se deu ao trabalho de tentar perceber uma resolução diferente da sua... e isso diz-me qualquer coisa sobre ele/a.
(Em particular pode sugerir-me que não é a pessoa indicada para o cargo... )

Há uns anos, apareceu-me um aluno que até tinha raciocinios correctos, mas mostrou-me fotos do seu teste, classificado com erros. Precisava só de passar aquela cadeira para ter o título.
Até ter feito esse teste não tinha sido meu aluno, portanto, não fui eu a lhe ensinar aquilo.
Podia ter acontecido o aluno usar matéria fora do programa (aprendido num video youtube ou com    outro colega)
Mas não, depois    de filtradas todas as hipoteses percebi que o aluno apenas raciocinou, recorrendo apenas à matéria que aprendeu.
Uma vez que eu não encontrava erro nenhum, sugeri-lhe que insistisse com a professora. Se está errado, ele tinha de saber onde havia falha de raciocínio.
Em vez disso, o aluno recebeu uma resolução com erros (tinha algumas falácias a meio).
E fiquei a olhar para aquilo como um burro a olhar para um palácio.
Incrédulo perguntei se aquilo tinha vindo mesmo de um professor.
Ele mostrou-me o email...
(Eu confirmei que tinha saído do servidor da faculdade...)
O aluno não era burro. Percebeu o que se passava com a resolução do exercício que tinha recebido.
Voltou a tentar conversar com a professora mas não estava a chegar a lado nenhum.
Eu olhei    para a restante matéria e tentei  ver se era possível conseguir que ele percebesse os outros capitulos, mas a falta de bases tornava o problema bem complicado.
A certa altura eu disse-lhe: "Temos de ser praticos. Queres ter razão ou passar a cadeira?
Vamos fazer como esta ali."
E na avaliação seguinte, voltou a vir uma questão semelhante. O aluno fez como lhe enviaram, mesmo com as falhas de raciocínio e teve a questão classificada como  100%  correcta.
(Mandou-me foto do teste)


Este foi    claramente um dos casos "esta diferente    do meu, logo está errado"...

E isto numa disciplina de Matemática... no ensino superior.
Boas férias...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Um problemático caso do efeito de Dunning-Kruger

 Se há uma coisa que me aborrece e sempre me aborreceu, são (e foram) vigaristas e incompetentes, particularmente em Matemática.

No post "A regra de Chain", ou mesmo no post "Isso está errado" da versão anterior deste blog, (e em muitos outros sítios) contei a história de uma professora que nas aulas práticas de Análise IV, decidiu dar o exemplo da função cosseno como função que não tinha pontos fixos.

 Ora... pontos fixos foram coisas que me apareceram muito cedo na vida.
Quando me ofereceram a minha calculadora científica, perdi algum tempo a explorá-la e a "brincar" com ela.

(a calculadora foi-me oferecida pela resolução de um problema no ensino secundário)

Nessa calculadora em particular notei que inserindo um valor e pressionando sucessivamente na tecla cosseno, a certa altura o valor no ecrã não se alterava mais.

Ou seja, eu tinha encontrado um valor x em que aparentemente cos(x)=x.

Dada uma função f, que parte de A e tem como conjunto de chegada o conjunto A, um ponto fixo de f é um elemento x de A, tal que f(x)=x.
(definição simples, que se consegue explicar a um aluno de 12 anos no 7º ano)

Portanto eu tinha-me cruzado com um ponto fixo da função cosseno.

Alguns anos mais tarde, ainda no ensino secundário, depois de dar o teorema de Bolzano, consegui provar rigorosamente a existência desse valor.

Ao chegar ao ensino superior, o conceito de ponto fixo reapareceu-me em Análise Numérica.

E em Análise Matemática IV, deu jeito ao professor (das aulas teóricas) que conhecessemos o teorema do ponto fixo de Banach (uma versão mais geral do teorema que tínhamos aprendido em Análise numérica). Um dos primeiros exemplos a que o professor recorreu, foi ao meu velho conhecido "amigo".

Qual não é o meu espanto, ao chegar à primeira aula prática da cadeira e a professora nos "garantir" que o cosseno não tinha ponto fixo (com argumentos de alguém que não faz a mínima ideia do assunto nem do que está a dizer)

Uma forma gráfica de determinar pontos fixos de uma função, é intersectar o gráfico dessa função com a bissectriz dos quadrantes ímpares.

Ora, eu saquei da minha Casio CFX-9800G, desenhei os gráficos das função cosseno e a recta y=x, a calculadora deu um valor aproximado e mostrei à professora.

A resposta dela foi esta:

"Isso é uma aproximação, portanto não considero que exista".

(Lembram-se de eu ter dito que provei a existência, recorrendo ao Teorema de Bolzano, ...o professor de teoricas ter dado o exemplo com o teorema do ponto fixo de Banach?)

Estavam alguns colegas a olhar para mim, eu disse, baixinho para o meu colega do lado: "Esta mulher acabou de mostrar que é uma vigarista, com aquele argumento, não existem 1/3, raiz quadrada de 2 nem pi...".

Não foi o caso mais grave que vi dela (obviamente, este é pior do que "a regra de Chain").

Ao fim de vários disparates (alguns piores do que este) eu simplesmente deixei de ir às aulas (práticas).

A história não fica por aqui. Eu dei aulas no ensino superior... dou explicações e quando me chegam alunos dessa senhora(sic) frequentemente encontro erros... desde os mais simples erros de contas que "toda a gente" comete... a erros de quem não faz a mínima ideia do disparate que diz.
Estes são os erros graves.
(Encaixam no que hoje em dia se chama síndrome/efeito de Dunning-Kruger - Na altura esta designação não existia)
 

A mulher chegou a regente da cadeira de Cálculo...
Nunca corrigiu o erro... (nem muitos outros).
Transmitiu conhecimentos errados... sem sequer um pedido de desculpas.
Na altura percebi que a escolha daquela instituição de ensino superior foi o pior erro da minha vida.
Algo que vi confirmado por mais algumas vezes até ao fim da licenciatura...
E depois ao dar aulas por lá... cheguei à conclusão que não queria absolutamente mais nada com aquela casa.
De vez em quando continuam a chegar-me alunos dali.
Só que a minha paciência tem limites.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Primeira CarlosPaulice de 2022

Segunda-Feira 17 de Janeiro de 2022 .

São 4 da manhã. Estou a olhar para os meus horários para esta semana.
Ainda tenho de encaixar dois novos alunos.

Se olho para as redes sociais ou para algum site de notícias, sou bombardeado com informações sobre o Covid-19

 Ainda só tenho duas vacinas contra esse bicho e já vejo os media a falar de uma quarta dose.

Já estou meio farto desta situação, mas vou deixar os peritos decidirem.
Ainda não apanhei uma única versão do virus.
Espero continuar assim.
Já tenho chatices de saúde que cheguem.

É verdade que tenho tido todo o cuidado que consigo, mas a máscara já chateia.
Estando dentro de uma sala, ok, a sala não incomoda... a menos que eu tenha de usar óculos.
[Já tentei todas as "soluções" que encontrei online... e apetece-me mandar os autores passear]


E na rua...o problema é outro. A andar de um lado para o outro sempre de máscara (e a fazer quilómetros a pé), o raio da máscara atrapalha!

Portanto, tento circular sozinho por sítios onde não tenha de andar com aquilo colado à cara.

Ando a dar explicações online e presenciais.
Neste momento a maioria dos meus alunos não são madeirenses! :o
 

Ainda tenho alunos madeirenses, de ensino secundário e superior 

Presenciais:Matemática A, Probabilidades e Estatística, Cálculo I, Análise Matemática.

Online: "uma carrada delas" principalmente de faculdades de Lisboa, Coimbra, e Porto.


Para além de Matemática, neste ano lectivo aventurei-me e ainda dei programação em C e em Python.

Nos meus poucos tempos livres tenho andado a trabalhar nuns projectos com Raspberry Pis, a jogar gameboy e a estudar/fazer coisas com Matemática e Física. 
Depois de passar horas a trabalhar online fico "com os olhos em bico" e por isso os meus blogs andam meio parados.
Muito provavelmente o passo seguinte seria passar a gravar vídeos para o Youtube, como eu tinha planeado antes de começar esta pandemia.

...Se não houvesse o problema de ter de editar os vídeos... à frente de um ecrã.

Sê bem vindo 2022.

Novos tempos virão...

Vamos lá ver o que me espera.