sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Não, eu não me esqueci

Sábado, 68 de Dezembro de 2020.

Quase um ano de pandemia.
Há já vários meses que a minha rotina diária é ligar o computador e esperar que os alunos entrem.

No cenário actual, decidi que este ano lectivo seria online.
Ainda considerei mesmo a hipótese de dar explicações presenciais a um ou outro caso.

Só que... o vírus anda por aí, e decidi não voltar a uma unidade de cuidados intensivos.
(Como se fosse daquelas coisas que nós temos o poder de decidir)

Desde o Natal, o meu peso aumentou uns quilos, e não foi de excesso de comida.
Tal como as pessoas responsáveis, o meu Natal foi mais ou menos confinado.
Portanto, como há dias dizia a um amigo online, "não morremos de covid, morremos de sedentarismo".

Exercício físico... Só se eu conseguir empurrar algumas explicações para o fim do dia.
E mesmo assim...Acho que nessa altura se calhar eu já só estou bom mesmo é para ir para a cama.

Quase um ano nisto!

Olho para a minha "enorme lista de contactos".

Quantas pessoas me contactam? Quantas se lembram de mim?

Um número bem reduzido.

Alguns ex-explicandos, ex-colegas, mandam-me memes, piadas, mensagens...

Alguns. Em mais de duas décadas e meio de trabalho, sobraram alguns.

Olhei para a lista...

Mensagens de aniversário? Mensagens de Natal? Ano novo?... Nem sequer automáticas.
Ainda estamos em 2020. Já enviei mensagens, antes do dia 31...de Dezembro.

Não, eu não me esqueci. Só não vou 'aborrecer' quem se esqueceu de mim.

Não vou fazer falta. Eu sou ninguém.

Estes quilos extra também podiam esquecer-me e desaparecer.

Preciso de os perder. 

De os ver esvanecer, sem um "até um dia"... como muita gente faz, sem morrer...



Os pacmans das calculadoras bem podiam os comer.

Até à próxima.
Ninguém  


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