terça-feira, 14 de setembro de 2021

Um dia, acabamos sozinhos, mas com muitos amigos nas redes sociais...

 A faculdade de ciências da universidade de Lisboa (fcul) é um sítio que continua na minha memória pelas piores razões.
Quando em 2008 o professor Jorge Buescu me apresentou o programa de "Equações diferenciais e sistemas dinâmicos", aquele não tinha sido o programa que me foi apresentado quando me inscrevi na cadeira.
O programa que me foi apresentado aquando me inscrevi na cadeira era de outro docente, e bastante diferente. O professor Buescu é honesto e integro, não tem nada a ver com o assunto...

Fiz a cadeira. Mas será que a diferença de programas é assim tão importante? Sim, é.

Em Setembro de 2008, farto das vigarices da fcul mudei-me para a margem sul, para a faculdade de ciências de tecnologia da Universidade Nova de Lisboa -- actualmente  NOVA School of Science and Technology (FCT NOVA).
Por lá, fiz uma cadeira com o mesmo nome, com o professor Rogério Martins.

O programa desta vez era o que me foi apresentado de início e não tinha nada a ver com o programa do professor Buescu, a não ser o nome, que era o mesmo.

A área é tão vasta que isto pode acontecer. Duas cadeiras com o mesmo nome, quando dadas por pessoas diferentes, não ter nada em comum.

Não há qualquer tipo de vigarice por parte dos docentes aqui.

Vigarice é convencer as pessoas a escolher uma cadeira com base num programa e dar-lhes outro. É vender gato por lebre.

Suponhamos que o leitor vai a um restaurante, e pede um prato, mas pede explicitamente que não utilizem limão em nada.

Ao chegar o prato o leitor ao provar pela primeira vez percebe que tem sabor a limão, reclama com o garçom, que faz de conta que o problema não é dele.
Entretanto o leitor tem uma reacção alérgica violenta e acaba a ir parar ao hospital. O garçom 'lava as mãos' do assunto.
Esta analogia ilustra muito bem o que me aconteceu.

Na fcul fizeram-me isso várias vezes desde o princípio.

Quando concorri, perguntei inocentemente aos coordenadores se haviam residências para estudantes de mestrado. Responderam-me que sim, que só tinha de contactar os serviços de acção social da universidade de Lisboa.
Assim que os contactei, responderam-me na hora que nunca tinham aceitado alunos de pós-graduações.

Acasa acabou por ser um dos maiores problemas que tive em Lisboa... passei muitas centenas de horas à procura de casa, depois  tentar mudar de casa, imensas noites sem dormir, o que só agravou o meu já débil estado de saúde. 

Ou seja, cedo percebi que a coordenadora de mestrado não tinha a mínima noção da realidade, pelas vezes em que me deu indicações erradas, e pelas vezes em que lhe expus problemas e que não só não os resolveu como me mandou mudar de área (Perdão? Eu sei ao que concorri... eles é que me vigarizaram desde o princípio, e ainda tenho como provar.)

Porque é que me lembro disto? Tenho recebido alguns pedidos de explicações meio estranhos, com problemas na documentação que me é fornecida.
Situações em que os alunos submeteram os problemas a directores de curso... que nada resolveram.

Dejá vu.

Há uma velha máxima: se não puderem ajudar, ao menos não atrapalhem.
Fazer perder tempo é atrapalhar.

Parece que a lei da inércia ou do menor esforço impera no ensino superior em Portugal, e não é por parte de alunos baldas. 

Aliás pela dificuldade em assumirem ou corrigirem erros simples arranjaram-me problemas dramáticos várias vezes.

Lembro-me por exemplo em 2007, de haver um problema com a minha inscrição, eu ter passado imenso tempo na secretaria a tentar resolvê-lo. Ter saído de lá...
E ao chegar nesse mesmo dia ao pé da professora Margarita Ramalho e ela me dizer que lhe tinham acabado de ligar a dizer que eu não tinha aparecido na secretaria.
Eu pus a senha que tirei no dia em cima da mesa e pus os papeis carimbados, com a data do dia à frente da professora.

Bonito tentarem fazer-me passar por mentiroso.

Mesmo depois de ter saído dali, eu cheguei a entrar em salas de aula, onde percebi claramente que eu fizesse o que fizesse já tinha a minha nota pré-definida.
Cheguei a ser penalizado, simplesmente porque o professor que não me conhecia de lado nenhum já tinha feito um juizo de valor de mim.

Não era impressão minha... Um dia alguém pediu-me desculpa.
Pedir desculpa não corrige os erros.

Mas assim se estragou a vida de uma pessoa. A minha.

Sem comentários:

Enviar um comentário