terça-feira, 15 de julho de 2025

Nem depois de morto...

 Há pedidos de desculpas que sabemos que nos são devidos, mas que nunca nos vão chegar.
Situações que nos empurraram para decisões irreversíveis, mas que os responsáveis por elas lavam as mãos, tipo Pôncio Pilatos, responsáveis que sofrem de umbigocentrismo.

Um assassino, para ser assassino só tem de assassinar uma vez.

Um ladrão para ser ladrão, só tem de roubar uma vez.

E uma pessoa, para morrer, só morre uma vez.

Há lugares e pessoas que passámos a evitar. Não por vergonha, mas porque a proximidade afecta-nos, destrói-nos.
Estranhas kryptonites. Afinal, alguns de nós também as temos. 
Quem as criou nem sempre é castigado.
Histórias com uma só versão serão sempre suspeitas.
Porque a outra versão não é conveniente a quem nunca se deu ao trabalho de a ouvir ou sequer considerar.

Deve ter sido por isso que inventaram o conceito de justiça divina.
Uma justiça, que até provas em contrário, pode muito bem ser fictícia...

Mergulharia numa piscina com ácido sulfúrico, sem qualquer protecção?
Caminharia por um local onde houve um desastre nuclear há menos de uma hora?
Respeite os calcanhares de Aquiles dos outros, sem os insultar.
Não seja imbecil.

Há pedidos de desculpa que nunca vão chegar... até porque pedir desculpa a um copo partido, nunca lhe dará a forma e resistência original.

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