Por várias vezes na vida tive noção do que é estar só, mesmo só.
Desde estar internado sozinho num hospital, num quarto isolado, sem visitas, a estar em situações que não lembram ao diabo, e a não ter uma única pessoa a defender-me.
Há muitos anos que passou a ser habitual.
Já tive de lutar por coisas a que deveria ter direito automaticamente.
Situações que aos outros não acontecem, e, portanto, deixei de admitir certas tretas.
Isto só devia acontecer a más pessoas. Ás vezes até chego a perguntar-me se serei má pessoa.
O mundo não é justo, e aprendi isso bem cedo.
Se não é com elas, as pessoas não sabem, nem querem saber, e esta falta de empatia incomoda-me.
(É por isso que a algumas pessoas eu digo "para ti, vou arranjar sempre tempo", não quero que ninguém passe por isto)
Estando sozinho, sou um alvo fácil, as pessoas inventam e espalham histórias, bem longe da verdade, que mais cedo ou mais tarde complicam-me a vida.
Ás vezes descubro sem querer, mas fico calado, finjo desconhecer... é um trunfo que pode ser útil.
Outras vezes, alunos e ex-alunos contavam-me.
Percebi que a verdade é algo que não interessa, eu sou o elo mais fraco. Mas porquê?
Há vários meses quando disse a uma das minhas irmãs que ia largar as explicações, disse-lhe:
"Tu vais trabalhar, ao menos tens colegas.
Eu, dou explicações. Os alunos vêm, vão, e desaparecem. Depois nem bom dia, boa tarde, nem sequer uma mensagem. Não tenho colegas, só mensagens...no telemóvel, no facebook, quando tenho."
Eu dou um exemplo bem simples... sabem quantos ex-alunos me mandam mensagem de aniversário? 1.
Quantos ex-colegas? 1.
... Vamos ficar por aqui. E eventualmente um dia esses 1s podem passar a zeros...
Eu desactivei a informação das redes sociais, de propósito. Não preciso que quem esqueceu que eu existo, e na verdade não sabe nem quer saber nem de mim nem do meu aniversário me dê parabéns por estar a envelhecer.
Á custa disso recebo bem poucas mensagens (e prendas) de aniversário.
Se é duro? É! Mas uma pessoa habitua-se.
Se vou dizer isto a alguém? As pessoas são estranhas, ainda pensam que é alguma forma de manipulação ou o que seja . Não é, mas ...(já ouvi tanta trampa sobre mim, que acho que ou andam a confundir-me com alguém ou têm imaginação bem fértil).
Não quero nem vou obrigar ninguém a aturar-me. Tenho um blog. Lê quem quiser.
Fala comigo quem quiser. Não obrigo.
Nota: há aniversários de pessoas que eu perdi as datas porque... bem, já perdi dois telemoveis, antes de inventarem isto de os dados ficarem gravados online. Um foi-me roubado, e o outro desapareceu numa viagem de autocarro, com isso perdi contactos, datas, e até alguns arquivos. Para meu azar, até os backups desapareceram.
Ia continuar nesta vida? Sobrecarregado de trabalho, a estragar o resto da minha saúde, por dinheiro? Explicadores há muitos. Não faço falta.
Honestamente, viver debaixo de uma ponte já não me parece assim tão mau.
Venham os novos rumos...
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